A presença dos aviões russos na base aérea iraniana de Hamadã se deve a um pedido de Damasco no âmbito da luta contra o terrorismo, afirmou neste sábado (20) o ministro de Defesa do Irã, Hossein Dehghan
“A colocação de aviões russos na base aérea de Hamadã é efetuada no âmbito da cooperação mútua e da luta contra o terrorismo, a demanda do Governo sírio”, segundo declarou o ministro, citado pela agência Tasnim.
Para além disso, o ministro iraniano sublinhou que o país ainda não tem planos de ceder outras bases para a Força Aeroespacial russa, se for necessário a questão será considerada, disse Hossein Dehghan. Contudo, ele assinalou que Rússia poderá usar a base aérea de Hamadã enquanto for necessário.
“Obviamente, eles [aviões russos] não vêm ao Irã para se divertir. Voam quando precisam se reabastecer e se rearmar. No momento não há planos para a cedência temporária de outras bases para os russos. Se o exigirem algumas condições, nós consideraremos essa questão”, cita a agência o ministro iraniano.
Hossein Dehghan também assinalou que o Irã não pretende comprar os sistemas de mísseis S-400, já que “não tem um programa para sua aquisição”.
Em 16 de agosto de 2016, o Ministério da Defesa da Federação da Rússia anunciou que os aviões da Força Aeroespacial russa tinham realizado uma série de voos de combate contra o grupo terrorista Daesh (grupo terrorista, proibido na Rússia) na Síria partindo da base militar de Hamadã, situada no Irã.
A Síria está mergulhada em uma guerra civil desde 2011, com as forças leais ao governo de Assad lutando contra numerosas fações da oposição e grupos extremistas. Os Estados Unidos e seus aliados ocidentais tentaram por diversas vezes acusar Assad de ser o responsável pelo derramamento de sangue e insistem em sua remoção.
Em 30 de setembro de 2015, Moscou começou sua campanha antiterrorista na Síria, a pedido de Damasco, durante a qual a Força Aeroespacial Russa realizou ataques aéreos contra alvos do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia).
Em meados de março, o presidente russo Vladimir Putin ordenou ao ministro da Defesa da Rússia Sergei Shoigu que iniciasse a retirada da maior parte da força militar da Síria, depois de cumprido seu objetivo, deixando lá um contingente reduzido.