Homem com um facão aos gritos de “Alá é grande” feriu duas policiais.
O agressor morreu pouco depois no hospital após ser baleado.
O grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou neste domingo (6) o ataque com machado contra duas policiais, que ficaram feridas em Charleroi, na Bélgica, segundo a Amaq, a agência de propaganda da organização extremista. A informação é da agência de notícias France Presse.
“O atacante de Charleroi é um soldado do Estado Islâmico que realizou esta operação em resposta aos apelos para atacar a população de países da coalizão cruzada”, afirma Amaq. O agressor, de nacionalidade argelina, foi morto pela polícia belga.
O agressor, que foi morto pela polícia belga, era um cidadão argelino de 33 anos conhecido pela polícia por delitos comuns e não atos de terrorismo, informou a procuradoria federal belga, segundo a France Presse.
“O agressor foi identificado, se trata de K.B., um homem de 33 anos, de nacionalidade argelina, que se encontrava na Bélgica desde 2012”, segundo o comunicado oficial.
A justiça belga abriu uma investigação por tentativa de assassinato terrorista, um dia depois do ataque, informou neste domingo (7) o primeiro-ministro Charles Michel.
“A procuradoria federal nos informou que uma investigação foi aberta por tentativa de assassinato terrorista (…), visto um certo número de elementos que apareceram de forma imediata”, indicou Michel aos jornalistas, em referência ao agressor que gritou “Allahu Akbar” (Deus é grande) antes de ser abatido.
O homem atacou duass policiais na localidade de Charleroi e, segundo Twitter da polícia, as agentes se encontram fora de perigo.
Segundo a agência de notícias Belga, uma das policiais sofreu ferimentos profundos no rosto e foi hospitalizada, enquanto sua colega teve ferimentos leves.
O ataque aconteceu no fim da tarde em frente à delegacia. A polícia disse que o local ficará “inacessível durante a investigação”.
Segundo a polícia, em um posto de controle exterior da sede da polícia em Charleroi, o agressor se atacou com um facão duas mulheres agentes, ferindo gravemente uma delas, chamada Hakima. A policial teve que passar por cirurgia na cabeça. A outra agente, Corinne Raymond, sofreu ferimentos leves no pescoço. O agressor morreu pouco depois no hospital após ser baleado por uma terceira agente.
O primeiro-ministro belga elogiou a reação “valente” e a resposta a “sangue frio” das agentes policiais para evitar um mal maior, e explicou que, embora o nível de alerta por ameaça terrorista seja mantido em todo o país em 3 sobre uma escala de 4, para a polícia e as delegacias regerá um nível 2+ com medidas de segurança reforçadas.
“Mantemos a mente fria e permanecemos em alerta. Enfrentamos uma nova situação nos últimos meses na Europa. E não só é uma situação exclusivamente belga, mas europeia”, recalcou Michel.
“A Polícia local de Charleroi fez o que tinha que fazer e sem dúvida evitou desta forma uma tragédia que poderia ter sido muito pior” se o agressor tivesse conseguido entrar dentro da sede policial, acrescentou.
O primeiro-ministro belga quis reiterar que seu governo segue a evolução da ameaça “hora a hora, dia a dia”, embora tenha ressaltado novamente que “o risco zero não existe”.
Questionado pelo fato de que este ataque aconteceu em Charleroi e não na capital belga, Michel respondeu que as medidas de segurança se aplicam a todo o país.
“Dissemos que não podemos nos limitarmos a Bruxelas e desdobramos militares fora” da capital belga, concluiu.
O ministro belga do Interior, Jan Jambon, denunciou esse “ato vil em Charleroi” em sua conta no Twitter e afirmou que o nível de ameaça terrorista está sendo avaliado.
Atentado em março
Esse ato acontece no momento em que o nível de alerta terrorista na Bélgica, cuja capital foi vítima de ataques coordenados no aeroporto e em uma estação de metrô em 22 de março passado, está no nível 3 sobre 4.
O ataque de março, no qual 32 pessoas morreram, foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).
Desde os atentados de Paris em 13 de novembro de 2015, que foram preparados na Bélgica e contaram com a participação de extremistas belgas, a Polícia fez dezenas de batidas antiterroristas.
Em 30 de julho, dois indivíduos foram detidos em Valônia, na região de Mons (oeste) e de Liège (leste), suspeitos de estarem ligados a planos de atentados, segundo o Ministério Público belga.
A Justiça belga disse que essas detenções não estavam relacionadas aos atentados de 22 de março.
Em 25 de junho, a Polícia prendeu dois homens durante operações antiterroristas em Verviers (leste) e em Tournai, perto da fronteira com a França. Ambos foram acusados de “participação em atividades de um grupo terrorista”.
Segundo a imprensa belga, um desses suspeitos queria se detonar na Bélgica durante uma transmissão pública de um partido da Eurocopa de futebol 2016.
De acordo com o ministro belga do Interior, 457 homens e mulheres belgas foram, ou tentaram ir, combater na Síria, ou no Iraque. Entre essas pessoas, 266 continuam em um desses dois países, e 90 estão desaparecidas – provavelmente mortas, segundo o Órgão belga de Coordenação para Análises de Ameaças (Ocam).