O embaixador do Líbano na Rússia Chawki Bou Nasser anunciou que seu país está pronto para comprar um fornecimento de armas à Rússia para usá-las contra os terroristas.
Comentando os detalhes do possível acordo, um analista geopolítico russo disse que essa conclusão é possível, mas que a Rússia deve agir com cautela relativamente a Israel.
Na segunda-feira, o embaixador libanês disse à Rádio Sputnik que Beirute queria comprar mísseis guiados antitanque russos, tanques T-72, sistemas de artilharia e munições.
Segundo Nassar, o Líbano precisa destas armas para combater os grupos terroristas, incluindo o Daesh, a al-Qaeda e a Frente al-Nusra na fronteira do país com a Síria. As negociações estão em estado avançado e a questão ainda pendente é o preço das armas.
“O Líbano espera receber as armas dentro dum ano”, refere o embaixador, acrescentando que estão sendo reiniciadas negociações para um fornecimento gratuito de oito ou nove helicópteros russos para Beirute.
Nasser assinala que a fronteira com Israel está calma, mas ao mesmo tempo a fronteira com a Síria é um local de confrontos cotidianos com os terroristas. Durante os últimos dez anos os fornecimentos de armas eram geralmente efetuados pelos Estados Unidos e França, mas agora os EUA impuseram restrições aos fornecimentos por causa da pressão de Israel.
Antes, já este ano, a Arábia Saudita, outra fonte de apoio financeiro para o exército libanês, anunciou que irá finalizar um acordo de 3 bilhões de dólares (R$9,8 bilhões) para fornecimento das armas francesas para o Líbano.
Mas, ao mesmo tempo as relações entre Moscou e Israel agora estão a um nível de cooperação sem precedentes – Israel está neste momento discutindo um possível acordo de comércio livre com a União Econômica Eurasiática, o que pode vir a ser negociado já em 2017.
De acordo com o editor-chefe da revista russa Arms Exports Andrei Frolov, é certamente possível que as discussões russo-israelenses sobre possíveis fornecimentos de armas russas ao Líbano possam já ter sido realizadas.
“Mais do que isso, podemos mesmo supor que, apesar de tudo, o negócio possa ser patrocinado pelos sauditas”, sugeriu o analista. “Os libaneses têm um conjunto de armas pesadas muito pequeno, e todo mundo percebe perfeitamente que o T-72 não representa qualquer ameaça para Israel. Mas os tanques iriam fortalecer o exército libanês na sua luta contra os grupos de militantes armados”, disse.