Assessor militar de Erdogan está entre os detidos.
Governo suspendeu férias dos funcionários públicos.
O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, afirmou nesta segunda-feira (18) que 7.543 pessoas foram presas, incluindo 6.038 soldados, por supostas ligações com a tentativa de golpe fracassada de sexta-feira (15), segundo a Reuters. Cerca de 8 mil policiais foram afastados de suas funções em todo o país, incluindo Istambul e Ancara.
Neste domingo (17), o assessor militar do presidente Recep Tayyip Erdogan foi preso como parte das investigações sobre a tentativa de golpe, anunciou a agência de notícias Anadolu. O coronel Ali Yazici, que era o assessor de Erdogan desde 12 de agosto de 2015, é alvo de um processo judicial, indicou a agência. Yazici estava em Ancara quando o golpe ocorreu, de acordo com o canal de notícias CNN-Turk.
No domingo, as autoridades turcas prenderam militares, juízes e procuradores acusados de ter apoiado o golpe de Estado.
Documentos
Yildirim afirmou ainda possuir documentos que detalham os responsáveis pela tentativa de golpe. Os organizadores possuíam planos detalhados de quem ficaria com cargos ministeriais e quem iria agir como chefe da lei marcial. Ele também disse que investigações estão em andamento e detenções dentro das forças de segurança irão continuar.
Sem férias
Nesta manhã, o governo anunciou a suspensão das férias de todos os funcionários públicos, segundo a France Presse.
O clima segue tenso no país. Um soldado abriu fogo fora do tribunal de Ancara. De acordo com a Reuters, ninguém ficou ferido.
União Europeia
A chefe de política externa da União Europeia, Federica Mogherini, afirmou que a Turquia não poderá integrar o bloco europeu caso reintroduza a pena de morte, segundo a CNN. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse no domingo que não deveria haver nenhum atraso no uso da pena de morte após a tentativa de golpe.
Tentativa de golpe
Erdogan voltava para Istambul depois de passar o feriado em um resort em Marmaris, na costa turca, quando militares lançaram a tentativa de golpe na sexta-feira à noite, fechando uma ponte sobre o Estreito de Bósforo, tentando capturar o principal aeroporto de Istambul e enviando tanques ao Parlamento em Ancara.
Pelo menos dois F-16s assediaram o avião de Erdogan enquanto ele estava no ar e em rota para Istambul. Eles chegaram a apontar suas miras para o avião e para outros dois caças que o protegiam”, disse à agência de notícias Reuters um ex-oficial militar com conhecimento dos eventos. “Porque eles não dispararam é um mistério”, disse ele.
Caso Erdogan, que governa o país de cerca de 80 milhões de pessoas desde 2003, fosse mesmo deposto, o episódio poderia colocar a Turquia em um grande conflito interno e marcar mais uma mudança sísmica no Oriente Médio, cinco anos após os levantes árabes que mergulharam sua vizinha Síria em guerra civil.
m oficial turco de alto escalão confirmou à Reuters que o jato executivo de Erdogan havia sido seguido desde o aeroporto em Marmaris por dois caças F-16 comandados pelos golpistas, mas que o presidente conseguiu chegar a Istambul com segurança.
Um segundo funcionário do alto escalão militar também disse que o jato presidencial chegou a ficar “em apuros no ar”, mas não deu detalhes.