Mohamed Lahouaiej Bouhlel era da cidade tunisiana de Msaken.
Segundo fontes policiais, ex-mulher de Bouhlel foi presa.
O motorista que atacou uma multidão na noite de quinta-feira (14) era um tunisiano de 31 anos. A identidade do homem, que já tinha cometido pequenos crimes, foi encontrada na cabine do caminhão que ele utilizou para atropelar as pessoas que participavam da festa da queda da Bastilha. Ele foi morto por policiais após o ataque.
O homem, identificado por fontes da polícia francesa como Mohamed Lahouaiej Bouhlel, era da cidade tunisiana de Msaken, segundo a Reuters. Ele visitou o local pela última vez há quatro anos, disseram fontes da segurança da Tunísia nesta sexta-feira. Bouhlel era casado e tinha três filhos. As fontes não disseram quando ele residiu na Tunísia pela última vez.
Ainda segundo fontes policiais, a ex-mulher de Bouhlel foi detida nesta sexta-feira pelos investigadores franceses.
Solitário e silencioso
Segundo a France Presse, ele foi descrito por seus vizinhos como “solitário” e “silencioso”. Bouhlel não tinha a aparência de uma pessoa religiosa e frequentemente era visto de bermuda, conta Sébastien, um vizinho do edifício de quatro andares onde, nesta sexta-feira, foi realizada uma inspeção pelas forças de segurança.
Uma família numerosa, que também vive no mesmo prédio, afirmou que o jovem nunca os cumprimentava. No térreo, um vizinho chamado Anan disse que não confiava nele porque “olhava com muita insistência para suas duas filhas”.
Dezenas de mortos
O ataque deixou 84 mortos e dezenas de feridos. O presidente francês, François Hollande, disse na quinta que o atentado tem “caráter terrorista”. Ele anunciou que vai estender por três meses o estado de emergência no país e ampliar operações na Síria e no Iraque.
“Este ataque, cujo caráter terrorista não pode ser negado, é, uma vez mais, de uma violência absoluta”, discursou.
“A França foi atacada por essa nova tragédia, está horrorizada pelo que aconteceu, essa monstruosidade que consiste em utilizar um caminhão para matar, deliberadamente matar dezenas de pessoas que vieram simplesmente celebrar o 14 de Julho. A França chorou, está ferida, mas é forte, e sempre será mais forte que os fanáticos que a atacaram”, disse Hollande.
“É toda a França que está sob a ameaça do terrorismo islâmico. Então, nessas circunstâncias, nós devemos fazer a demonstração de uma vigilância absoluta e de uma determinação contínua”, discursou em outro momento.
Hollande afirmou ter decidido, após deliberar com o primeiro-ministro e os ministros da Defesa e do Interior, manter o nível da Operação Sentinela, que mobiliza dez mil militares, além de policiais.
Ele ainda afirmou que vai fazer um chamado aos militares da reserva para auxiliar no policiamento do território francês e das fronteiras.
O presidente francês disse que decidiu prolongar mais uma vez o estado de exceção, que entrou em vigor após os atentados de novembro de 2015 e seria encerrado em 26 de julho.
m seu discurso, Hollande afirmou que o Conselho de Defesa se reunirá na manhã desta sexta (15) para examinar as medidas que já foram tomadas, e as novas medidas anunciadas na noite de quinta. Outra ação anunciada pelo presidente francês é “reforçar ainda mais ações na Síria e no Iraque”.
Nesta sexta-feira, foi declarado três dias de de luto devido ao ataque.
O ataque
Um caminhão atropelou diversas pessoas que estavam assistindo à queima de fogos em comemoração ao 14 de Julho, Dia da Queda da Bastilha, em Nice, no sul do país, matando dezenas.
Segundo o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, havia 84 mortos. O gabinete da Procuradoria de Paris abriu uma investigação para apurar o ataque.
O ataque aconteceu no Promenade des Anglais (Passeio dos Ingleses), uma avenida à beira-mar, por volta das 22h30 (17h30 em Brasília). O procurador de Nice, Jean-Michel Prêtre, diz que o veículo percorreu 2 km entre a multidão. O motorista foi morto por policiais.
No momento em que o caminhão chegou, segundo o jornal “Nice Matin”, um grande grupo de pessoas começou a correr. O clima era de pânico, já que ninguém sabia se era um acidente ou se o motorista atingiu as pessoas deliberadamente. Várias delas entraram no mar para se proteger.