Um clérigo islâmico do Irã descreveu hoje a Arabia Saudita como um partidário das políticas sionistas e ocidentais, e culpou à monarquia Al-Saud de cometer crimes em nome da luta contra o terrorismo.
Durante o sermão oficiado nesta sexta-feira nas preces coletivas em Teerã, o predicador substituto do líder supremo, aiatolá Mohammad Emami Kashani, assinalou que os sauditas “financiam a hooligans wahabitas na Síria, Iraq e Iêmen para perpetuar crimes em nome do combate antiterrorista”.
O religioso, cuja intervenção se assume como a mensagem do líder supremo da Revolução Islâmica, aiatolá Alí Khamenei, mencionou crimes cometidos em diferentes zonas do mundo “mediante o dinheiro saudita”, inclusive fora do mundo árabe.
Kashani, que pronunciou seu primeiro sermão nesta sexta-feira, afirmou que os “wahabitas, que se autodefinen como muçulmanos, estão apoiando as políticas dos Estados Unidos e os sionistas (Israel), e continuam seus delitos para apresentar o Islã e os muçulmanos como terroristas”.
Ao condenar ataques contra civis na Palestina e Iêmen, o religioso xiita instou a perguntar-se se terroristas são “os palestinos que se defendem (das frequentes agressões israelenses) ou aqueles que matam crianças e mulheres no Iêmen”.
O aiatolá Kashani reprovou a política ambigua dos Estados Unidos nesse sentido, porque “enquanto o Congresso norte-americano aprova uma lei acusando o Irã de apoiar o terrorismo, os estadunidenses estendem seu respaldo ao terrorismo com o DAESH (nome árabe do Estado Islâmico) e seus aliados”.
Ainda que o governo de Riad negue-o e afirme recusar o terrorismo em todas suas formas, setores oficiais do Iraque, Irã e Síria lhe recriminan que brinde apoio financeiro, político e logístico aos grupos extremistas que tentam derrocar a Bashar Al-Assad.