Rebeldes perderam mais de mil combatentes em 4 dias, diz general russo.
Trégua permitirá que veículos entrem em segurança na cidade.
O exército russo anunciou nesta quarta-feira (10) em Moscou que irá suspender seus ataques todos os dias durante três horas a partir de quinta-feira nos arredores de Aleppo, cidade síria que se tornou o epicentro dos combates entre o regime e os rebeldes.
“A fim de garantir a segurança das colunas (de veículos) que entram em Aleppo por meio da janela humanitária vão ser suspensas todas as atividades militares, ataques aéreos e tiros de artilharia. Essa pausa será observada das 10h às 13h locais”, anunciou o general Sergueï Roudskoï durante uma coletiva de imprensa.
“Nos últimos quatro dias, as perdas dos rebeldes no sudoeste de Aleppo chegaram a mais de mil mortos e dois mil feridos”, acrescentou, chamando aqueles que desejam se render a ir a um dos “sete corredores humanitários” estabelecidos pelo regime de Damasco e seu aliado russo.
As forças de Bashar al-Assad estão se preparando para uma batalha crucial contra os rebeldes pelo controle da segunda maior cidade da Síria, localizada no norte do país.
Ambos os lados têm recebido reforços significativos em homens e armas em Aleppo e seus arredores, depois que os rebeldes quebraram no sábado o cerco imposto pelo regime às zonas sob controle rebelde na cidade dividida desde 2012.
Aproveitando esta contra-ofensiva, os rebeldes cercaram parcialmente os bairros pró-regime em Aleppo, antes de anunciar a sua intenção de tomar toda a cidade, no que seria o maior desafio do conflito que devasta o país há mais de cinco anos.
Ajuda humanitária
Centenas de milhares de civis estão bloqueados em Aleppo, sofrendo com a escassez de alimentos e produtos básicos, o que levou a ONU a alertar para a situação.
Na terça-feira, os Estados Unidos e a França exigiram que a ajuda humanitária chegue a Aleppo antes de novas negociações de paz, de acordo com informações coletadas depois de uma reunião do Conselho de Segurança.
Durante a sessão fechada, a Rússia afirmou, por sua vez, que não deve haver nenhuma pré-condição para tais negociações, enquanto a ONU espera retomar as discussões no final do mês.
O conflito na Síria já fez mais de 290 mil mortos, levados a fugir mais da metade da população e provocou uma grave crise humanitária.