Durante a próxima cúpula da União Europeia os líderes dos países-membros irão discutir a questão da criação de um exército europeu. A Sputnik discutiu a questão com o analista político tcheco Jan Miklas. “Considero que, nas circunstâncias atuais, este projeto não faz muito sentido. Os países da União Europeia estão divididos sobre este assunto porque simplesmente não sabem como usar um tal exército”, disse Jan.
O especialista afirmou que os temas principais para a Europa são os desenvolvimentos na Ucrânia, no Oriente Médio e na Turquia e outros países. Por que motivo um exército europeu deve envolver-se nestes conflitos? Mesmo que se envolva, lutará do lado de quem? Do lado dos norte-americanos, que promovem os seus próprios interesses, ou dos russos? Na opinião do analista, a resposta é evidente. Escolherão os norte-americanos e reforçarão a sua posição naqueles países. A utilização do exército europeu na Ucrânia significaria uma maior pressão sobre a Rússia. Para Jan Miklas, a criação de tropas europeias significaria o envio de militares para zonas de conflitos, o que a Europa não precisa. “Penso que seria muito melhor juntar as forças com a União Euroasiática e a Organização para a Cooperação de Xangai (SCO) para reiniciar a nossa cooperação e dar ao mundo a chance de impedir as fontes de guerras e conflitos locais”, notou Jan.
Além disso, o analista tcheco afirmou que o Exército europeu não conseguirá contribuir para a segurança na Europa, vendo como a burocracia europeia manifesta a sua passividade em relação à crise migratória e aos ataques terroristas. Quanto às divergências entre países europeus sobre esta questão, Jan explicou que a Polônia prefere uma cooperação mais estreita com os EUA porque considera as bases americanas como uma garantia da sua segurança. A República Tcheca, Hungria e Eslováquia estão tão assutadas com as ameaças terroristas e ondas migratórias do Oriente Médio que farão todos os possíveis para a apoiar a criação de um Exército europeu conjunto.