O requerente de asilo esteve envolvido em brigas anteriormente e tinha antecedentes criminais
Um requerente de asilo sírio foi preso no domingo por matar com um facão uma mulher na cidade de Reutlingen, no estado de Baden-Württemberg (sudoeste daAlemanha), e ferir outras duas pessoas. Aparentemente, o homem, de 21 anos, esteve envolvido em brigas anteriormente e tinha antecedentes criminais, segundo a polícia. As autoridades afirmaram que não há evidência de que o ataque seja um ato terrorista. As razões da discussão são desconhecidas assim como se o agressor conhecia a mulher que esfaqueou.
O incidente de domingo é o terceiro ato violento em dez dias na Alemanha e, embora não tenham nenhuma relação entre si, nenhum padrão, semearam uma onda de desconfiança no país. Especialmente em relação aos refugiados. Essa desconfiança começou depois de que na segunda-feira um refugiado afegão atacou com um machado e uma faca várias pessoas em um trem da Baviera antes de ser abatido pela polícia; um ataque que foi posteriormente reivindicado pelo Estado Islâmico (ISIS, na sigla em inglês).
Esse ataque já turvou o debate sobre a acolhida de refugiados na Alemanha e a política da chanceler Angela Merkel. O fato de que o afegão também fizesse parte do milhão de refugiados que entraram no país no ano passado foi um duro golpe para os requerentes de asilo que vivem no país. Um golpe ao que agora também pode juntar-se o incidente de sábado e que está sendo usado como munição contra a política de imigração de Merkel, principalmente pelo partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AFD).
O agressor de Reutlingen, cuja identidade não foi revelada pela polícia, teve uma discussão com uma mulher grávida e por razões ainda desconhecidas esfaqueou-a com um facão. Pouco antes, ele havia ferido outra mulher e um homem nas imediações da estação de ônibus da cidade de 100.000 habitantes, localizada a cerca de 30 quilômetros de Stuttgart. O requerente de asilo foi preso pela polícia, que aparentemente tentou impedir sua fuga com um carro de patrulha.
O ataque provocou alguns minutos de pânico na cidade e no país, que ainda se recupera do terror causado por dois incidentes violentos nos últimos dias, o de segunda-feira e outro na sexta-feira, quando um jovem de 18 anos com problemas psiquiátricos e obcecado por tiroteios múltiplos matou a tiros nove pessoas em um McDonald’s de Munique antes de cometer suicídio na frente da polícia. O ataque de domingo também pode complicar ainda mais a gestão da crise migratória pela chanceler Merkel.