Adel Kermiche, francês de 19 anos, foi um dos que degolaram padre.
Ele tentou entrar na Síria 2 vezes; cúmplice ainda não foi identificado.
A polícia identificou um dos dois agressores do ataque que deixou um padre morto e três pessoas feridas em uma igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, na região da Normandia, no norte da França, na manhã desta terça-feira (26).
Adel Kermiche, de 19 anos, já estava sendo monitorado pela polícia depois de tentar ir à Síria duas vezes sem sucesso no ano passado, afirmou o procurador francês François Molins, segundo a agência Reuters.
A polícia ainda busca identificar o segundo dos dois agressores e está fazendo batidas com esse objetivo, afirmou Molins. Os dois foram mortos pela polícia durante o ataque.
Depois de sua última tentativa de ir à Síria, em maio de 2015, Kermiche, que era da cidade onde o ataque foi realizado, ficou detido até o mês de março. Ele foi liberado, mas tinha que usar uma tornozeleira eletrônica e só tinha permissão para deixar sua casa por algumas horas diárias, afimou o procurador.
O Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentad. “Eles responderam aos chamados para atacar os países da coalizão internacional [que luta contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria]”, afirmou a Amaq, agência ligada ao grupo jihadista.
Crime gravado
Armados com facas, os dois agressores fizeram o padre Jacques Hamel, de 84 anos, se ajoelhar, o degolaram e gravaram o crime, contou uma freira que conseguiu fugir durante o atentado.
Agentes do corpo de elite da Brigada de Investigação e Intervenção (BRI) da polícia local cercaram o imóvel e tentaram negociar com a dupla. O cerco só acabou após 40 minutos, quando agentes de segurança mataram os criminosos.
Repercussão
O Vaticano condenou o “bárbaro assassinato” do padre. Na avaliação da Santa Sé, o ato se torna “ainda mais odioso” por ter ocorrido em um local sagrado, segundo a Reuters.
O primeiro-ministro, Manuel Valls, expressou “horror” por este “ataque bárbaro contra uma Igreja”. “Toda a França e todos os católicos estão feridos. Permaneceremos juntos”, escreveu no Twitter. Valls havia advertido há uma semana que a França deveria se preparar para ser alvo de “outros atentados”.
O ato é o mais recente em uma série de ataques violentos na Europa. A morte do padre ocorre em um contexto de alerta máximo na França 12 dias após um tunisiano matar 84 pessoas com um caminhão em Nice, em ataque reivindicado pelo Estado Islâmico.
O país foi alvo de três ataques de grande porte nos últimos 18 meses – 17 mortos em janeiro de 2015, 130 mortos em 13 de novembro de 2015 e esse último em Nice.