Edward Mamo foi assassinado durante tentativa de assalto em BH.
Jovem vivia no Brasil há cerca de dois anos e tentava se naturalizar.
Amigos da família de Edward Mamo, assassinado na última semana em uma tentativa de assalto, fazem uma campanha na internet para tentar levar o corpo do jovem para o Líbano. Nascido no país do Oriente Médio, o rapaz, de 26 anos, vivia em Belo Horizonte há cerca de dois anos e tentava se naturalizar brasileiro.
O sonho dele era voltar para o Líbano para visitar os pais e os amigos”, afirma Viviane Lima, amiga de uma das irmãs de Mamo. Segundo ela, esse o foi principal motivo para que fosse criada a “vaquinha” online em site de financiamento coletivo.
“Quando a gente soube do falecimento, todo mundo se comoveu. (…) O traslado no Brasil é muito caro. Além de toda dor, a família teria que se preocupar com mais isso. Por isso, os amigos pensaram nessa iniciativa”, explica.
Filho de pai católico e de mãe mulçumana, o rapaz deixou o Líbano com as duas irmãs em 2014. Segundo ela, os pais do rapaz nasceram na Síria, mas se mudaram para o Líbano porque o casamento deles era considerado crime no país natal, devido às diferenças religiosas. Apesar de terem nascido no Líbano, Mamo e as irmãs são apátridas – não são considerados nacionais de nenhum Estado.
Viviane conta que, buscando um recomeço, os três entraram em contato com embaixadas de todo o mundo, e o Brasil deu todo o apoio para recebê-los. “E eles são muito gratos por isso. Eles foram aceitos no Brasil, mas não são naturalizados brasileiros ainda”, diz.
Atualmente, uma das irmãs de Mamo vive em Belo Horizonte; a outra se mudou para São Paulo depois de conseguir um trabalho. “É família muito amorosa, os três eram muito unidos”, destaca Viviane.
Ela diz que o dinheiro arrecadado na campanha – a meta é R$ 28 mil – deve ser usado para custear o traslado do corpo, documentação e passagem para as irmãs. Procurada pelo G1, a assessoria do Itamaraty informou que não há previsão legal para ajuda com o traslado de estrangeiros mortos no Brasil.