Nascido no Líbano, Edward Mamo foi morto em uma tentativa de assalto.
Segundo a PM, o suspeito de 16 anos confessou o crime.
Um adolescente de 16 anos foi apreendido nesta terça-feira (5) suspeito de matar Edward Mamo na semana passada em uma tentativa de assalto. Nascida no Líbano, a vítima de 26 anos vivia em Belo Horizonte há cerca de dois anos e tentava se naturalizar brasileiro. O crime aconteceu no bairro Serrano, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte.
Segundo a Polícia Militar, o suspeito foi encontrado vendendo drogas no bairro Confisco, também na Pampulha. Ele foi identificado pelas caracteríticas passadas pela namorada de Edward que presenciou o crime. O adolescente confessou que deu dois tiros para o alto e um no peito de Edward. Um casal que também teria participado da tentativa de assalto ainda é procurado pela polícia.
Filho de pai católico e de mãe mulçumana, o rapaz deixou o Líbano com as duas irmãs em 2014. Os pais dele nasceram na Síria, mas se mudaram para o país vizinho porque o casamento era considerado crime no país natal, devido às diferenças religiosas.
Apesar de terem nascido no Líbano, Mamo e as irmãs são apátridas – não são considerados nacionais de nenhum Estado. “O sonho dele era voltar para o Líbano para visitar os pais e os amigos”, afirma Viviane Lima, amiga de uma das irmãs de Mamo. Segundo ela, esse foi o principal motivo para que fosse criada uma “vaquinha” online com o objetivo de financiar o traslado do corpo do jovem para o Líbano.
“Quando a gente soube do falecimento, todo mundo se comoveu. (…) O traslado no Brasil é muito caro. Além de toda dor, a família teria que se preocupar com mais isso. Por isso, os amigos pensaram nessa iniciativa”, explica.
Atualmente, uma das irmãs de Mamo vive em Belo Horizonte; a outra se mudou para São Paulo depois de conseguir um trabalho. “É família muito amorosa, os três eram muito unidos”, destaca Viviane.
Ela diz que o dinheiro arrecadado na campanha – a meta é R$ 28 mil – deve ser usado para custear o traslado do corpo, documentação e passagem para as irmãs. Procurada pelo G1, a assessoria do Itamaraty informou que não há previsão legal para ajuda com o traslado de estrangeiros mortos no Brasil.