Trump desperta atenção da CIA após sugerir assassinato de Clinton

Se alguém outro tivesse dito aquilo fora dos ‘holofotes’, ele já estaria na caçamba de uma viatura policial sendo interrogado pelo Serviço Secreto” – disse em entrevista à CNN o antigo diretor da CIA, Michael Hayden.

O candidato à presidência dos EUA pelo Partido Republicano, Donald Trump, gerou uma nova polêmica no início desta semana ao insinuar que sua adversária Hillary Clinton poderia ser assassinada caso fosse eleita. O comentário chocou tanta gente, que chegou a despertar a atenção da inteligência dos EUA.

“Se alguém outro tivesse dito aquilo fora dos ‘holofotes’, ele já estaria na caçamba de uma viatura policial sendo interrogado pelo Serviço Secreto” – disse em entrevista à CNN o antigo diretor da CIA, Michael Hayden.

Nas palavras de Hayden, não importa realmente se Trump ameaçou de forma intencional a sua adversária democrata na corrida presidencial. “Você não é apenas responsável pelo que vocês diz. Você é responsável pelo que as pessoas entendem” – disse.

Durante um comício em Wilmington, na Carolina do Norte, Trump falou na intenção de Hillary em nomear um novo juiz para a Corte Superior que seja favorável a um maior controle de armas no país. “Hillary quer abolir a Segunda Emenda” – disse o republicano, se referindo a uma parte da legislação que permite o porte legal de armas aos cidadãos americanos.

A declaração polêmica veio em seguida, quando, na opinião de muitos, Trump chegou a proferir uma ameaça velada contra a integridade de Hillary, fazendo uma incitação ao seu assassinato. “Se ela conseguir escolher seus juízes, não poderemos fazer nada para evitar isso. Embora, talvez o pessoal da Segunda Emenda tenha uma forma de evitar isso, não sei. Mas vou dizer a vocês, esse será um dia horrível” – disse.

Após uma chuva de críticas e acusações de incitar o assassinato Clinton, Trump rapidamente desmentiu que as suas palavras tivessem a carga que lhe quiseram atribuir, e culpou a mídia por distorcer suas palavras. Ele alegou ter apenas tentado estimular os defensores do direito à posse de armas a não ficarem em casa no dia das eleições, para ajudarem a derrotar a candidata do Partido Democrata. A desculpa, no entanto, parece não ter colado tão bem.

“As mídias estão desesperados para desviar as atenções da posição de Clinton contra a Segunda Emenda. Eu disse que os cidadãos que defendem a Segunda Emenda devem organizar-se e votar nas eleições para salvarem a nossa Constituição!” – escreveu Trump em seu Twitter.