UE quer Reino Unido fora o quanto antes

Os presidentes das instituições comunitárias se reuniram em Bruxelas para tratar do novo cenário

Aquilo que era inimaginável se tornou realidade: o Brexit condenou a Europa a uma era de incerteza. Além das turbulências financeiras, Bruxelas teme uma instabilidade política depois da saída do Reino Unido da União Europeia (UE). “Esperamos começar a negociar o quanto antes”, explicaram as instituições europeias, que se encontraram com a negativa do poder Executivo britânico, que não quer se apressar. O que vem pela frente é um longo adeus carregado de incógnitas: Londres quer manter o acesso ao mercado único e frear a livre circulação de pessoas; a Europa não está disposta a permitir.

Crash é uma onomatopeia que vem da física: do choque de um objeto de metal contra o concreto. Lehman Brothers fez crash em 2008 e provocou um furacão no Atlântico Norte. A Grécia fez crash pouco depois e gerou uma crise na zona do euro. A Grande Recessão acumula um bom número de turbulências desse calibre, mas, agora, o principal risco na Europa é o de que o crash salpique as tempestuosas águas da política. Em todo o continente, vêm aparecendo movimentos populistas extremistas que trasladaram a habitual luta entre esquerda e direita a uma nova dicotomia: partidários contra caluniadores do establishment.

Crash é uma onomatopeia que vem da física: do choque de um objeto de metal contra o concreto. Lehman Brothers fez crash em 2008 e provocou um furacão no Atlântico Norte. A Grécia fez crash pouco depois e gerou uma crise na zona do euro. A Grande Recessão acumula um bom número de turbulências desse calibre, mas, agora, o principal risco na Europa é o de que o crash salpique as tempestuosas águas da política. Em todo o continente, vêm aparecendo movimentos populistas extremistas que trasladaram a habitual luta entre esquerda e direita a uma nova dicotomia: partidários contra caluniadores do establishment.

Enxurrada de encontros
Nos próximos dias haverá uma série de reuniões prévias à cúpula da semana que vem. Os ministros de Relações Exteriores dos seis sócios fundadores da UE se encontrarão no domingo, em Berlim. A chanceler alemã, Angela Merkel, convocou, na segunda-feira, o presidente francês, François Hollande, o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi e o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, para a reunião. Os três grandes sócios da UE querem pressionar Londres a aceitar dar início às negociações o quanto antes, mas buscam, sobretudo, deixar claro que o projeto continua funcionando, além de determinar as bases de atuação de uma UE de 27, sem o Reino Unido.

Nada disso vai ser fácil. Os efeitos secundários do Brexit são muito diversos: para começar, a UE jamais voltará a ser um projeto irreversível. O bloco perderá sua segunda economia, e, essa saída, deixa enormes incertezas financeiras e problemas econômicos: a frágil recuperação europeia está em perigo. Além disso, as tensões políticas chegam ao ponto de ebulição: a Europa perde um contrapeso da Alemanha e da França, e essa saída pode ser seguida por outras se os populistas, tal como avançaram na sexta-feira, se empenharem em promover referendos. A resistência de uma Europa unida, por fim, estará submetida à prova nas próximas semanas. Pela enésima vez durante esta interminável crise.